Vidas como a do pequeno Igor Dornelas, 16 dias (Palmas) ganham segurança nas mãos de samuzeiros como da técnica de enfermagem Catarina |
“Andamos por
uns dez minutos morro abaixo, com barro cobrindo o pé. Achamos o paciente num
casebre em situação precaríssima, num colchão no chão. Não tinha como descer
com a viatura, por isso o prendemos a prancha e começamos a subir morro acima”,
conta a técnica em enfermagem Keli Paludo, que tinham ainda a mochila de
atendimento a tiracolo. Foi quando um trabalhador da fazenda se ofereceu para
ajudar seu parceiro socorrista Ronaldo, e Keli carregou a mochila e tirou uma
foto com seu celular.
Quando alcançaram
novamente a ambulância, por orientação do médico regulador do Samu 192,
encaminharam o paciente à Policlínica Chopinzinho. Para fazer esse salvamento,
Keli e Ronaldo fizeram 77 km, entre ida e volta, mais o trecho a pé, que fez a
diferença para chegar ao senhor que passava mal. Como técnica em enfermagem há
sete anos, Keli menciona as peripécias em ser samuzeira “Nunca tinha vivido uma
situação parecida com essa. Coisa de pré-hospitalar, antes sempre pegávamos o
paciente embaladinho”.
Para
carregar paciente na lama morro acima condutor Ronaldo Guzzo e técnica Keli
receberam ajuda de morador da fazenda
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Meia noite em Honório Serpa
Barro, mas
no alto da noite, enfrentaram os plantonistas da Base Descentralizada de
Coronel Vivida, para atender a uma senhora em União do Gigante, interior de
Honório Serpa, nesta quarta-feira (22), com socorro acionado às 23h55.
Iolanda
Waltrick Camargo, 64, foi ver o gado na estrebaria e caiu sobre uma pedra. Ela
foi encontrada caída no meio do gado e do barro, reclamando de muita dor,
quando seu filho ligou para o Samu. Com as chuvas recentes, a ambulância a
caminho atolou e os plantonistas seguiram a pé até a propriedade.
O condutor
socorrista Marcelo Pereira e a técnica em enfermagem Silmara de Lima fizeram imobilização,
pois havia suspeita de fratura de fêmur, e deitaram-na na prancha. Com a ajuda
do filho, fizeram o retorno até a ambulância, quando ele se deslocou até o
vizinho mais próximo (2km), para pedir que viessem com o trator para desatolar
a ambulância. Depois de guinchado, o trator andou mais ou menos 2km para que a
ambulância chegasse num trecho da estrada onde não tivesse tanto barro, não
deslizando tanto, tendo o maior cuidado para fazer o atendimento à paciente,
mas também protegendo a vida dos plantonistas.
A moradora
de Honório Serpa foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de
Coronel Vivida.
Palmas: bebê nasce em veículo
Cordão umbilical foi cortado pela técnica em enfermagem Catarina e o condutor socorrista Renan Xkelow, do Samu 192
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O dia 9 de
maio recém começava clarear na Chácara Kiguai, com a maior geada já registrada
em Palmas branqueando tudo lá fora, quando a dona de casa Patrícia Dorneles
Pimentel, 21, começou a sentir as contrações que anunciavam o nascimento de seu
segundo filho. Enquanto o marido preparava o carro buscando a locomoção para o
hospital, Patrícia, mesmo com dores, ligou para o 192. Era muito frio, o carro
a álcool não pegava. Enquanto isso, o operador de máquinas agrícolas José
Antônio Dorneles, tentava também funcionar o caminhão para socorrer a esposa.
Nesse meio tempo, sentada no banco da frente, ela se virou e sentir algo cair.
Era o bebê.
“As duas
contrações mais fortes que tive, fui me mexer já não deu tempo. Eu estava de
ladinho no assento no carro e ele caiu “de bundinha”, me deu um susto, nem
pensei que fosse o bebê. Quando saiu ele chorou, aí vi que era ele, a bolsa já
tinha rompido, só podia ser o bebê. Daí meu marido veio por lá e pegou nosso
filho, que estava ainda enroscado na placenta, meio grudado comigo. O José
ficou com ele no colo enrolado no cobertor, nisso o Samu chegou. Eu coberta com
um cobertor e um bebê enrolado em outro”, narra Patrícia, repetindo a história
que contou tantas vezes no Hospital Santa Pelizzari.
O caso foi
atendido pela técnica em enfermagem Catarina Aguiar dos Santos e o condutor
socorrista Renan Gustavo Marques Xkelow, do Samu 192, Base Descentralizada de
Palmas.
“Eu estava
pegando plantão às 6h55 da manhã. Eles ligaram, atendemos e saímos correndo o
condutor e eu. Chegamos lá o bebe já tinha nascido. A gente prestou os
primeiros socorros para a mãe, cortamos o cordão umbilical, deitamos na maca e
levamos para o hospital. Nasceu em casa, dentro do carro da família”,
recorda-se a técnica em enfermagem. O Volksvagem Parati “sala de parto do bebê”
já foi vendido.
Este é o
segundo filho do casal, que tem Victor Daniel Dorneles, de três anos. O bebê
Igor Gabriel Dorneles nasceu às 7h do dia 9 de maio, com 2.900 kg. Dezesseis
dias depois, no final da manhã desta sexta-feira (24) quando a equipe passou
novamente pela propriedade, já pesava 3.200kg, mamando no peito da mãe
Patrícia.
“A sensação
não é muito agradável, porque estava nascendo dentro do carro, tive medo de
acontecer alguma coisa, mas é uma experiência nova, difícil até de explicar. Um
misto de sensação de medo e alegria por estar acontecendo aquilo, de ver o
nascimento de meu próprio filho”, completou José, acrescentando que “pelo fato
de o Samu ter chegado rápido a gente fica satisfeito, da uma sensação a mais de
segurança em saber que tem um órgão competente que na hora que a gente precisa
está ali e mesmo pelo fato de a chácara ser um pouco mais longe, impressiona a
rapidez com que chegaram. O pessoal atendeu muito bem. A moça e o rapaz foram
muito legais”, disse o pai.
Vovó na fazenda
Ainda em
Palmas, outra fazenda retirada, o Samu foi acionado numa noite. As técnicas em
enfermagem Celonir e Jussara trocavam plantão, quando acabaram indo juntas no
atendimento. Uma senhora estava com falta de ar, com uma parada cardíaca. Ao
chegaram na chácara o marido e a netinha estavam aguardando. Tão logo a criança
correu no sentido da ambulância, abraçando Jussara, como num gesto de “vocês
são os anjos que chegaram para salvar a minha avó”. Os samuzeiros fizeram
ressuscitação cardiopulmonar (RCP), ela chegou com vida no hospital, mas
faleceu na UTI.
Encarcerado em Clevelândia
Duas pernas
muito quebradas com fratura exposta, resultado de ficar encarcerado no caminhão
Ford da cintura pra baixo. Isso aconteceu na terça-feira (21), quando o pneu
dianteiro furou e desgovernou o caminhão de O.S.S, 60, na PR
280, próximo a popular Curva da Morte. O caminhão caiu num barranco, atolando
no banhado uns quatro metros abaixo do nível da rodovia. Populares acionaram o
Samu 192 e o socorro foi prestado pelo condutor socorrista Renato Roberto Zago
e a técnica em enfermagem Solange Miniuk Pardal, da Base Descentralizada de
Clevelândia.
Ele sentia
muita dor e o médico regulador do Samu, Marcelo Luís Fim, entrou em contato com
a Secretaria Municipal de Saúde de Clevelândia, cuja equipe levou morfina até o
local, que foi administrada pela técnica Solange.
Com toda a
investida, o socorro foi acionado às 10h52 e a ambulância conseguiu voltar pra
base as 14h18. Ele foi resgatado com vida e trazido para a Policlínica Pato Branco,
onde passou por diversas cirurgias.
“A gente
chegou lá e ele estava encarcerado num Ford carregado com chapa de aço. Estava
preso da cintura pra baixo. A gente pediu ajuda pra central pra acionar o corpo
de bombeiros de pato branco. Mas antes da chegada do bombeiro conseguimos
desencarcerar com a Defesa Civil de Clevelândia e populares”, conta Zago. Uma
verdadeira corrente humana foi formada para conduzir o paciente, já pranchado, com
as pernas imobilizadas e recebendo oxigênio, barranco acima.
“Depois que
apliquei a morfina perguntei: como o senhor está se sentindo? Ele disse que um
pouco melhor e que tinha aliviado as dores nas pernas, mas sentia ainda um
pouco de dor no peito”, diz Solange.
Santo Antônio do Sudoeste
O
adolescente João Alexandre Lemberg, 12, foi socorrido dentro do Colégio Humberto
de Campos, às 9h18 do dia 17, sexta-feira, pois reclamava de muita dor na parte
frontal do crânio. “Diz que foi imediato o atendimento, bem eficiente mesmo.
Foi o pessoal da escola que ligou. Com o Samu eu não tive contato nenhum, pois
quando cheguei no hospital ele já estava lá. Pelo que me passaram foi 100%”,
narra a mãe Alessandra Passos, agente comunitária de saúde. O adolescente foi
encaminhado para o Hospital e Maternidade Santa Isabel, inicialmente com
suspeita de meningite, pois além da dor de cabeça, tinha febre alta (39ºC). Mas
a mãe mencionou que o filho passa mal com histórias que envolvam sangue e que
pode ter sido apenas um mal-estar.
Daiana
Pasquim – DRT/PR 5613
Assessora
de Imprensa
Samu
192 Sudoeste do Paraná
(46)
3225 2731 - 8802 5546
Um comentário:
simplesmente um absurdo essa lei MS 2048 tem que mudar e colocar equipe completa para trabalhar e não popular ajudar a resgatar ninguem sem conhecer de APH com riscos de contaminação e agravamento do paciente. Levante essa bandeira equipe de 3 nas USB já
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