Beltrão: a violência das rodovias e as ocorrências de acidentes se confirmam, uma vez que dos mil salvamentos, 53,30% dizem respeito a trauma. Crédito: Michele Arenza Kracker
|
Daiana Pasquim
Às vésperas de completar quatro meses, a marca dos
mil atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) Sudoeste
do Paraná na Base Descentralizada de Francisco Beltrão foi alcançada na madrugada
desta quarta-feira (19). Antes mesmo das estatísticas do sistema, a constatação
foi feita pela própria equipe beltronense, onde incluindo a auxiliar
administrativa, são 45 socorristas, técnicos em enfermagem, enfermeiros e
médicos que dividem plantão para atender ininterruptamente a população de
Francisco Beltrão e região, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Controle
exemplar
O
marco dos mil atendimentos foi computado minuciosamente pelo condutor
socorrista Carlos Henrique Ferreira, da Alpha 2 (Unidade de Suporte Avançado –
UTI) e o condutor Fabio Andrei Borges (Bravo 05), que costumam, a cada plantão, fazer o levantamento
de dados através dos livros ata de cada ambulância do número de ocorrências,
natureza, dias e períodos. Diversas estatísticas, planilhas e percentuais foram
organizadas e enviadas ao Consórcio da Rede Intermunicipal de Urgências do
Sudoeste do Paraná (Ciruspar), que administra o Samu.
Descobriu-se
com os números que 59% dos atendimentos feitos pela equipe de Beltrão são
durante o dia; 41% à noite. A violência das rodovias e as ocorrências de
acidentes se confirmam, uma vez que dos mil salvamentos, 53,30% dizem respeito
a trauma e 46,70% a casos clínicos (clínica, pediátrica, cirúrgica,
gineco-obstétrica e de saúde mental da população).
A base conta
com três ambulâncias, sendo duas de suporte básico que juntas fizeram 775
atendimentos (44% Bravo 05 e 34% Bravo 6); a unidade de suporte avançado fez
225 atendimentos (22%). A maior média de atendimentos por dia foi no mês de
maio: 10,07; seguida de 8,10 atendimentos por dia em abril. Junho já registrou
5,87 atendimentos por dia. (Veja
planilhas)
Avaliação
O médico cirurgião
geral e urologista, coordenador da Base Descentralizada de Francisco Beltrão, Luís
Fernando Dip fez uma avaliação muito positiva. “Às vezes a gente parece ser um
pouco crítico, mas a critica vem para beneficiar os atendimentos ao paciente ou
vítima que está sendo atendida. A gente pergunta e questiona a Central de Regulação
para pegar esses dados e que consigamos chegar na ocorrência e prestar o
atendimento adequado. A medicina pré-hospitalar é uma coisa nova e são situações
realmente inusitadas que a gente presencia, totalmente diferente de ambiente hospitalar.
Já trabalhei com isso e posso afirmar que mesmo quando já se tem experiência e segurança
em atender, sempre dá o frio na barriga quando sai para a ocorrência, pois você
não sabe o que vai encontrar. Em caso de um capotamento, por exemplo, você não
sabe se é uma, duas ou até quatro vitimas. Tudo que é referente a trauma o
solicitante liga e às vezes não consegue, no calor da emoção da ocorrência,
passar exatamente o que está acontecendo e detalhar. São informações
importantes para que a gente saiba quantas viaturas mandar”, discorreu.
Dip enfatiza
que o mais importante é a rapidez, a agilidade e a efetividade nos
atendimentos. “A gente com certeza veio para fazer essa diferença nesses
atendimentos de rua, apesar de às vezes os próprios gestores e políticos darem
mais importância para as transferências, o caso em que o doente está no
hospital para outro - isso também é importante sem dúvida se temos uma viatura
e equipe para fazer tudo isso é logico que o paciente será bem assistido. Mas
não acho que fará tanta diferença na entre a vida e a morte quanto um atendimento
na rua”, pontuou, acrescentando que “o doente tem sido assistindo rápido e esses
cinco minutos para os casos de traumas mais graves, onde ofertamos oxigenação,
reposição volêmica com soro, estancando os sangramentos, a contenção das
hemorragias externas, imobilização das fraturas que são fonte de perda
sanguínea, dão realmente condição para que a vítima chegue dentro de uma
unidade hospitalar, faça todos os exames e tenha o tratamento mais adequado”.
A estimativa
da base é de, nas ocorrências dentro de Francisco Beltrão, ter um tempo
resposta médio de dez minutos, ou seja, do pedido de socorro até a chegada da
ambulância. Esse é o tempo preconizado como ideal. Na região a quilometragem é
maior e, consequentemente, o tempo resposta.
Beltrão em 4 meses
- 59% dos
atendimentos feitos pela equipe da Base Descentralizada de Francisco Beltrão
são durante o dia; 41% à noite.
- A
violência das rodovias e as ocorrências de acidentes se confirmam, uma vez que
dos mil salvamentos, 53,30% dizem respeito a trauma e 46,70% a casos clínicos (clínica,
pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população).
- A base
conta com três ambulâncias, sendo duas de suporte básico que juntas fizeram 775
atendimentos (44% Bravo 05 e 34% Bravo 6);
- A unidade
de suporte avançado (ambulância UTI) fez 225 atendimentos (22%).
- A maior média
de atendimentos por dia foi no mês de maio: 10,07; seguida de 8,10 atendimentos
por dia em abril.
- Junho já
registrou 5,87 atendimentos por dia.
Fonte:
Planilha de controle de ocorrências da Base Descentralizada de Francisco
Beltrão, desenvolvida pelo condutor socorrista Carlos Henrique Ferreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário