Os pequenos adoram ver as ambulâncias, pois elas
são grandes e cheias de luzes. Eles enxergam os socorristas como verdadeiros
heróis, seu macacão como uma roupa de superpoder. Por essas e outras, é que o
programa Samuzinho, desenvolvido no Brasil em macrorregionais onde já existe o Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência, têm arrebatado tantas crianças a serem
defensoras sobre como bem usar o Samu 192. Agora o Sudoeste também contará com
essa legião de “pequenos grandes defensores”. Isso porque nesta semana o Samu 192
do Sudoeste do Paraná deu o passo para consolidar o início de um
projeto-piloto, para ser desenvolvido inicialmente em Pato Branco.
No começo da tarde desta quarta-feira (24),
uma reunião na Secretaria Municipal de Educação e Cultura engajou o
administrativo pato-branquense ao Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgências
do Sudoeste do Paraná (Ciruspar), que já tinha como parceiros o Rotary Club
Pato Branco Amizade e a Escola Integral, que entra com os alunos do 6º ano
formando o núcleo do Conselho Mirim do Samuzinho. O Rotary Amizade, por sua
vez, está doando um boneco de reanimação para ser usado nas palestras práticas,
bem como acompanhará as abordagens voluntariamente.
O foco de educação continuada para bom uso do
Samu 192 é fazer um trabalho com os 5º anos das escolas municipais do Sudoeste,
começando por Pato Branco. Como são 26 escolas, nossa equipe de socorristas
voluntários fará 26 visitas, em cada uma das escolas, em cronograma a ser
estabelecido pela Secretaria Municipal.
Projeto foi lapidado em reunião entre equipe Ciruspar–Samu 192 Sudoeste, Secretaria Municipal de Educação e Cultura e Rotary Club Pato Branco |
Sementes do
Samuzinho
As equipes do Samu e o Conselho Mirim do
Samuzinho vão dar palestras de duas horas, com três frentes de atuação: como
fazer uma massagem cardíaca (ensinada na prática com o boneco de reanimação),
como pedir ajuda em caso de emergência e como agir diante do engasgo.
Toda pessoa precisa internalizar
comportamentos que são necessários nos momentos de emergência. Se aprender
desde cedo o que deve ser informado no momento de chamar o Samu 192, se
economiza o tempo necessário para salvar uma vida.
“As escolas são espaços privilegiados de
desenvolvimento de projetos de educação para a vida, não especificamente apenas
de conteúdos a serem internalizados nessa fase escolar. As sementes colocadas
nesse momento na infância são muito fortes e desabrocham. Internalizadas, elas
ficam como algo que vai pautar o comportamento da pessoa na fase adulta. Essa
educação que se pretende pelo projeto para se usar devidamente o Samu e a
conscientização para que não haja o trote, que é feito geralmente por adultos,
sendo trabalhada na infância é muito educativo”, disse a secretária municipal
de Educação e Cultura de Pato Branco, Heloí de Carli.
Conselho
Mirim do Samuzinho
Ao Conselho Mirim do Samuzinho caberá assegurar
o foco nos interesses e dúvidas infantis e fazer a linha de frente do programa.
A partir dos alunos do 6º ano da Escola Integral que estarão na linha de frente
para desenvolver pesquisas e informação sobre o Samu, mais crianças das escolas
municipais podem se agregar ao conselho.
“A escola tem como missão integrar os nossos
alunos na sociedade e o Samuzinho vem contribuir com a perspectiva onde a
criança vai passar informações de um serviço muito bacana e uma coisa que a
sociedade precisa e às vezes não sabe usar corretamente. Vamos integrar isso
com os valores de respeito, de fazer pelo outro, levando a criança à informação
pelo bem da saúde”, discorreu a coordenadora pedagógica da Escola Integral,
Gisele Oltramari, acrescentando que “são crianças com iniciação na
pré-adolescência e por isso são curiosos, criam expectativas, são
questionadores, têm uma sede em buscar o melhor, ajudar o próximo e propagar as
coisas bacanas, inclusive o senso de justiça é muito percebido na criança dessa
idade, que tem empolgação para fazer o bem”, descreveu a pedagoga.
Projeto-piloto
em Pato Branco
A coordenadora do Ciruspar, Kelly Cristine
Custódio dos Santos afirma ser um projeto pensado junto antes mesmo da
implantação do Samu 192 e que é uma satisfação poder vê-lo nascer com apenas
dois meses de prática de atendimento. “A implantação do projeto Samuzinho já
era almejado, porque o foco é a educação. Temos que ensinar as crianças a como
utilizar o serviço. É algo que nos traz uma alegria de poder implementá-lo,
porque focando na educação das crianças a gente consegue ter um importante
resultado no serviço: na diminuição dos trotes, em a criança aprender a usar o
Samu desde cedo, em como acessar o serviço de urgência e emergência e de ser o
multiplicador dessa responsabilidade perante o serviço. O Samuzinho é o nosso
xodó e, desde o princípio, temos os bonecos do mascotinho aqui no Ciruspar,
para alimentar essa ideia”, pontuou.
O Samu 192 Sudoeste do Paraná tem abrangência
em 42 municípios, agregando as 7ª e a 8ª Regionais de Saúde, de Pato Branco e
Francisco Beltrão e os seus municípios. A população total é de 587.505 habitantes,
numa área territorial de 17.064 km2. São dez Bases Descentralizadas que têm a
disposição 16 ambulâncias, sendo quatro Unidades de Suporte Avançado (USA),
conhecidas como UTIs e 12 Unidades de Suporte Básico (USB).
Trote menor
O Samuzinho é tido como ferramenta para
diminuir os trotes e incentivar o bom uso desse recurso de salvar vidas. Dados
da Central de Regulação do Samu 192 Sudoeste do Paraná demonstram que desde o
início do funcionamento na região, na meia noite de 21 de fevereiro, até às 10h
do dia 20 de abril, a central recebeu 1.112 trotes, correspondente a 13% do
total de 8.379 ligações, que geraram 5.023 atendimentos. Isso significa 13% do
total, um número crescente aos gerados no primeiro mês de atendimentos, onde os
trotes ocuparam 10% das linhas. Indicativos de que, dia a dia, esses dados têm
crescido.
Daiana
Pasquim – DRT/PR 5613
Assessora
de Imprensa
Samu
192 Sudoeste do Paraná
(46)
3902 1338 – 8802 5546
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